terça-feira, 30 de junho de 2009

Coisas de mim




Esses dias têm sido dias de saudade, de aperto no peito.

Saudades de pessoas queridas, de dias vividos, de um tempo que passou.

Tenho sentido, depois de algum tempo, saudades da minha terra, minha cidade do coração.


E por falar em coração, ele anda apertado esses dias. Apertado pela saudade de coisas que passaram e de ansiedade por coisas que virão.


De repente a tristeza chega, entra sem bater e vai tomando um espaço que não é dela. Assim, sem motivo aparente, sem saber exatamente para que veio. Sem esforço algum as lágrimas escorrem dos olhos e demoram a secar. O semblante cai, os pensamentos divagam longe, um turbilhão de pensamentos e emoções tomam conta.


Algumas coisas na vida acontecem sem que realmente quiséssemos que acontecessem. Mudanças que não planejamos, sonhos que abrimos mão e outros pelos quais temos um imenso caminho a percorrer para alcançar. Há quem diga que as coisas devem ser difíceis mesmo senão não teria graça. Mas acho que nem tudo precisava ser tão difícil, algumas coisas podiam ser mais fáceis. Outras, aliás, acho que deviam ser gratuitas.


É certo que passamos por fases na vida ou, como na comparação que gosto tanto, estações. E como no passar dos anos, algumas estações são mais rigorosas, outras menos. Alguns anos temos invernos intensos, castigantes, enquanto em outros temos apenas um outono um pouco mais frio. Não importa, o fato é que ele sempre vem, fraco ou forte, leve ou intenso, ele vem. Alguns temporais vêm e destroem tudo que aparece pela frente, resultando em problemas visíveis, palpáveis. Desemprego, enfermidades, problemas familiares, separações, desentendimentos.


Mas há aqueles que acontecem dentro de nós. Verdadeiros vulcões em erupção, aquela chama ardente que vai devastando tudo que tem por dentro até transbordar. Ninguém sabe quando essa chama vai aquecer, mas é certo que isso vai acontecer em algum, ou melhor alguns, momentos da vida.


Você procura e não vê. Você pergunta e ninguém responde. Você grita e ninguém escuta. Você quer se esconder, mas tem medo de nunca mais ser achado.


Como explicar isso? Ninguém pode entender. Não existem motivos fortes aparentes. Você tem uma vida aparentemente tranquila, emprego, casamento, amigos, família. Quem vai entender? Não, ninguém pode entender.


Perguntas que pulsam nas veias. Sonhos que piscam diante dos olhos. Medos, inseguranças, insatisfações, incertezas, angústias. A alegria e a esperança massacradas por uma dor que não se sabe a origem. O corpo sofre. O coração sofre, dói. O espírito enfraquece. Uma dor que não tem nome.


Uma vontade de voltar a ser criança, pequena, protegida, de brincar, de se preocupar apenas em se divertir, porque o resto...o resto vem (vinha) gratuitamente.


Não existe resultado sem trabalho. Nem conquista sem luta. O problema é que quando não se sabe o que se quer conquistar, a luta fica sem sentido. Quando se está perdido no caminho, sem saber que rumo tomar, é mais fácil se perder nos atalhos.


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