Nem dá pra acreditar que já faz 20 anos.
E pensar que, naquela época, parecia que não seria possível seguir adiante sem você. O vazio era tão grande e o caminho tão longo pela frente.
E agora, olhar para trás e ver tudo o que passou. Tudo o que passamos sem você. E imaginar como seria se você estivesse aqui.
Confesso que, às vezes, parece que você nunca existiu. Passamos tão pouco tempo juntos, as lembranças ficaram escassas demais.
Outras vezes a saudade dói. Mas é uma saudade daquilo que não vivi, daquilo que não senti. Saudade de ter quem eu não tive.
Você existiu, sim. Deixou marcas, lembranças. E, ao menos para mim, elas são doces. E é isso que conta.
A sua figura, a referência de pai e de homem fizeram falta pra mim. Muita.
E a minha maior vontade sempre foi saber como seria dividir com você os momentos mais felizes da minha vida e da nossa família. O meu primeiro emprego. Quando passei no vestibular. Dividir com você o nascimento dos amores da minha vida (seus netos), passar domingos, feriados, finais de ano juntos. Passear, viajar, sonhar.
Sempre quis saber como seria. E assim, idealizo uma vida que não tive. E talvez seja isso o que mais dói em mim. Acho que a falta eu já superei, mas não consigo superar a frustração de não ter vivido essa vida que eu mesma crei na minha imaginação.
Pai, eu não queria que você tivesse ido tão cedo. Mas Deus quis assim e Ele certamente tem os seus motivos para isso.
Saudades eternas de você.
"Você faz parte desse caminho que hoje eu sigo em paz." (letra de Pai p Fábio Jr.)
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